2. Corpo linha pontilhada. Limite entre. Peito cheio de ar e veias; e amor. Barriga de pele, carne, gordura, vísceras; e de fome, rancores e de parto. Coração de batidas, aorta, retortas; e de vida e de sentimentos. Genital de carne, veias, sangue; e de prazer, gozo, fruição, vida e morte. Cabeça de cabelos, ossos, cérebro; e de pensamentos e lembranças e sonhos. Boca, de língua, de paladares; e de palavras e beijos. Olhos cheios de visões e escuro; Nariz cheio de cheiros; Ouvido com o miolo cheio, de sons e equilíbrio. Pés de dedos, mimos; e de passadas, de abrir caminho. Mãos de tato, indústria, toques; e de carinhos e escritas e revoluções. Dentro debaixo da pele, dentro debaixo da carne, dentro debaixo dos ossos: Alma e o eu, desejo e razão e os sentimentos estamos dentro do corpo. Corpo que os pariu a todos para poder estar fora de si, assim se pensar e criar além. Antropofagia, canibalismo, comer-se , possuir-se. O corpo se come naquilo que lhe o supera Sentindo-se, racionalizando-se, Dando-se alma, Poetizando-se, tendo pra si palavras, espiritualizando-se No extremo do erotismo Consumindo-se e Alcançando-se alcançando o mundo.
